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Pais, crianças e educação financeira: como conversar sobre dinheiro com seus filhos em cada etapa da vida

7 de agosto de 2021

Pais, crianças e educação financeira: como conversar sobre dinheiro com seus filhos em cada etapa da vida

6/8/2021

Pais, crianças e educação financeira: como conversar sobre dinheiro com seus filhos em cada etapa da vida

7 de agosto de 2021
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Pais, crianças e educação financeira: como conversar sobre dinheiro com seus filhos em cada etapa da vida

6/8/2021

O Dia dos Pais está chegando e a sensação que dá é aquele calorzinho gostoso no coração e a nostalgia na cabeça. A presença paterna é presente na vida das pessoas, ao mesmo tempo, como proteção e exemplo a ser seguido. Quando recordamos a nossa trajetória de vida, nosso paizão aparece em momentos especiais e marcantes. A primeira vez andando de bicicleta sem rodinhas, a carona até a casa da namorada, a bronca por pegar o carro sem permissão e até mesmo, após os 18 anos, aquela cerveja dividida, como bons amigos.

Sabemos, claro, que nem todas as pessoas têm a oportunidade de ter um pai presente. As circunstâncias da vida podem ser cruéis. Mas, para quem contou com esse presente, é uma dádiva ter uma referência para nos guiar nos momentos difíceis e nos apoiar, seja com consolo, com palavras ou com ações. Ainda há, também, aqueles que já se foram, mas que ficarão para sempre no coração e na memória. O amor não acaba.

Mas sabe o que pode acabar? O dinheiro. Ensinar as crianças, hoje, a importância de investir, de criar uma reserva para garantir tranquilidade no futuro é essencial em qualquer criação. De acordo com um estudo realizado pelo Serasa Experian em maio deste ano, aproximadamente 62 milhões de brasileiros estão inadimplentes e metade tem a renda inteira comprometida. Se amar é cuidar, conversar com os jovens sobre segurança financeira também é um ato de amor.

Assim como outras atividades, conseguimos fazer bem o que é natural para nós. Ações e atitudes que conseguimos fazer desde sempre. Se uma criança, desde cedo, é acostumada a fazer natação, na vida adulta nadará de maneira perfeita. Isso serve para qualquer situação e não é diferente quando se trata da forma com a qual lidamos com o dinheiro! Educação financeira é pouco trabalhada nas escolas, em casa e nas rodas de conversa. Quanto mais cedo o assunto for inserido na rotina, melhor.

Logicamente, cada etapa do desenvolvimento da criança e do jovem requer uma abordagem diferenciada quando se trata de dinheiro. Para um bebê de 4 anos não há sentido nenhum em explicar o que é Tesouro Direto, por exemplo. É necessário utilizar técnicas especiais para entrar no universo de cada idade e conversar com essa turminha, cada vez mais esperta, de uma forma que eles entendam da maneira mais simplificada possível como é ter uma relação saudável com suas carteiras (ou cofres de porquinho).

É importante começar explicando o valor do dinheiro para os pequeninos. De forma simplificada, para iniciar, mostrando como as pessoas podem conseguir dinheiro e deixar claro que não é a coisa mais fácil do mundo. Requer trabalho, esforço, dedicação e educação. Assim como outras nuances da personalidade do pequeno, a tratativa com o dinheiro também precisa ser exemplo em toda família. A máxima "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" jamais pode ser aplicada nesse caso. A família toda é responsável por esse processo educativo.

Pensando em tudo isso, separamos dicas específicas para que os papais de plantão apliquem nos filhos em 3 períodos diferentes da vida: a infância, a adolescência e a vida adulta jovem. Confira:

A infância

1) Dinheiro não é coisa de adulto

Precisamos parar de propagar mitos. Falar para uma criança que "dinheiro é coisa de adulto" é uma forma de segregação e bloqueio deste pequeno ser humano quando se trata de recursos financeiros. É preciso incluí-lo em situações de fácil decisão para que ele entenda, mesmo em uma idade muito jovem, que as escolhas monetárias fazem parte da vida de todo mundo. Separar os dois assuntos é alimentar uma alienação quanto à temática que pode ser maléfica no futuro.

2) Mostre que cada escolha é uma renúncia

Quando a criança cresce achando que dinheiro é infinito, há uma falta de limite nas suas escolhas, o que pode gerar uma frustração futura na sua vida adulta. É comum vermos os pequenos desejando as guloseimas da infância tão fortemente quanto desejam brinquedos e acessórios para diversão. Esse é um momento interessante para falar do valor da escolha. Se consumir o sorvete, por exemplo, terá menos dinheiro reunido para investir naquele jogo que tanto quer. Colocar o poder de decisão de pequenas situações na mão da criança é uma forma excelente de educação.

3) O porquinho é bem-vindo!

Obviamente uma criança não entenderá variações de taxas e investimentos como um adulto, mas ela entende bem a premissa do "guardar hoje para ter amanhã". Nessa perspectiva, o velho cofre de porquinho é uma boa técnica para mostrar a importância de poupar, pois torna palpável o discurso, especialmente quando envolve um bem pelo qual a mesma espera há algum tempo. É uma nova bicicleta ou talvez um game que ela quer? Use o porquinho para fazê-lo entender como conseguir!

A adolescência

1) Bens materiais são importantes, mas não são tudo

Adolescência é uma fase de adaptação, descobrimento de si mesmo, tentativa de se encaixar no mundo e muitas novidades. O adolescente, no meio desse turbilhão de mudanças psicológicas, corporais e sociais, sente a necessidade de ocupar um lugar no planeta, pertencer a algo. O "ter", muitas vezes, pode turvar a percepção desse jovem em relação a esse pertencimento, fazendo-o ter ideias erradas sobre o consumo. É momento de explicar que o "ser" é mais importante e que dinheiro é válido para garantir tranquilidade e segurança, mas não para estar acima dos outros e nem para ser aceito.

2) A famosa mesada

Adolescentes jovens não podem trabalhar, mas uma boa forma de estabelecer uma relação com o dinheiro é a tal da mesada. De acordo com as regras estabelecidas, a ideia é ceder dinheiro ao jovem somente uma vez ao mês. É uma maneira inteligente de fazê-lo realizar melhores escolhas, poupar na hora certa, consumir somente o necessário e entender, principalmente, como é difícil sobreviver com um montante de receita limitado. Importante: por mais coração mole que você seja, evite repor o dinheiro do jovem caso acabe antes do tempo.

3) Seja exemplo

É na adolescência que muito da nossa personalidade é moldada. Enquanto pai, faça o seu papel, também! Não é somente sobre exigir, é sobre ser exemplo. Se você pede ao seu filho que economize, mas gasta todo o salário, com certeza ele não conseguirá fazer o mesmo. Utilize o amor e a admiração que o jovem tem por você e seja realmente o famoso "pai herói", educando através de atitudes e ações positivas.

A vida adulta jovem

1) É hora de falar sobre investimentos

Nesta época, provavelmente o seu filho, recém-chegado à vida adulta, já deve ter começado nos estágios da vida ou no primeiro emprego. É a hora certa de conversar sobre os investimentos e ganhos a longo prazo. Explanar sobre os diversos tipos, mostrar as possibilidades e começar o processo de educação financeira mais técnica, munindo-o com informação relevante para que ele faça as melhores escolhas.

2) Ajude-o a descobrir seu perfil de investidor

Desde cedo é importante identificar o perfil de investidor do seu filho. Através de conversas, observação de hábitos e exemplos, é mais fácil saber onde ele se encaixa. Essa informação é importante, pois definirá como esse jovem adulto vai se comportar com dinheiro no decorrer da vida.

3) Montem uma carteira juntos

Escolha, junto com ele, uma carteira básica para começar. A esta altura, você já conhece bem os hábitos de consumo desse jovem adulto e vai conseguir orientá-lo sobre que opções escolher dentro da sua realidade. Lembrando que é uma etapa de auxílio para que, em um futuro próximo, ele consiga fazer suas próprias escolhas. Aqui, o exemplo também vale. Mostre os seus investimentos, explique sobre rendimentos e convença-o que é o caminho mais certo para a segurança financeira.

Fácil não é. Mas difícil mesmo é uma vida adulta sem segurança financeira.

Faça sua parte hoje: inspire seu filho a ter uma relação melhor com o dinheiro. O futuro dele agradece.

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