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Precisamos falar sobre dinheiro: em família!

8 de maio de 2020

Precisamos falar sobre dinheiro: em família!

8 de maio de 2020
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Precisamos falar sobre dinheiro: em família!

7/5/2020

Saber quanto se ganha e quanto se gasta é o princípio básico da educação financeira. Trata-se de um controle simples para quem quer manter a saúde das finanças. Mas em meio a uma crise econômica, gerada no contexto de enfrentamento à rápida disseminação do novo coronavírus, este tipo de controle se torna ainda mais necessário. É hora de levar o assunto para uma conversa em família.

“Nesse momento de crise econômica, em que as famílias vão passar por uma redução de renda, é fundamental que a educação financeira esteja presente em cada um dos lares”, afirma a economista Silvana Parente, vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-Ce).

Independente do momento econômico, Silvana Parente reforça que é fundamental que se converse sobre dinheiro em casa, para que o equilíbrio familiar não seja abalado.

“Educação financeira é quando a família lista quanto ganha, quais as possibilidades de aumentar essa renda e quanto vai gastar. Isso tudo é muito educativo para os filhos”, argumenta.

A recomendação da economista é que pelo menos uma vez por mês, toda a família, inclusive crianças, converse sobre o orçamento financeiro do lar.

“Os filhos, mesmo na relação de dependência, são consumidores. É importante ter esse diálogo direto para saber as possibilidades, os limites, a importância de não desperdiçar, de gastar bem e também de discutir os sonhos que vão motivar a poupança”, reforça.

Assunto ainda é tabu

Para muitas famílias, falar sobre dinheiro não é uma tarefa fácil e, por isso, acaba sendo um assunto evitado. Como observa a economista e pedagoga Darla Lopes, Diretora de Educação Financeira do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), a dificuldade de se iniciar a conversa surge quando já existe uma situação de descontrole financeiro ou quando não há um histórico familiar de acesso à educação financeira.

“Outro aspecto que motiva essa falta de conversa sobre dinheiro nas famílias são os diferentes estilos de vida das pessoas. Cada um pensa de uma forma e os próprios objetivos são diferentes”, avalia Darla Lopes.

As consequências disso, além do risco de endividamento para a família, é a desestabilidade da relação. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) sobre o orçamento familiar dos brasileiros (2017) revela que 39% dos entrevistados casados ou em união estável brigam com o parceiro por causa de dinheiro. O que motivam as brigas são discordâncias sobre os gastos da casa (41%), a falta de reservas para imprevistos (32%) e o fato de não querer pagar pelos gastos do cônjuge (19%).

“É muito importante que essas barreiras sejam quebradas e que haja uma conversa”, afirma Darla Lopes. Para a economista, um bom ponto de partida para este diálogo é falar sobre os sonhos que a família deseja realizar. E, a partir daí, definir como organizar as finanças para que o sonho se torne realidade.

Crianças e o dinheiro

A relação que os pais têm com o dinheiro influencia diretamente a vida dos filhos. Daí a importância de incluir as crianças nesta conversa. De acordo com a psicopedagoga, Vládia Lopes, neuroeducadora e uma das idealizadoras do curso Oficina Meu Tesouro - educação financeira infantil, a partir do momento que as crianças começam a pedir algo para consumir, os pais devem iniciar o ensino sobre o uso do dinheiro. “Com três ou quatro anos, elas têm consciência de solicitar o que desejam. É exatamente a partir daí que os pais e educadores podem começar a provocar essa consciência (sobre o dinheiro)”, afirma.

Uma das táticas para a abordagem com os pequenos é usar jogos e brincadeiras para facilitar o entendimento sobre o bom uso dos recursos financeiros no ambiente familiar.

“É de extrema necessidade fazer com que as crianças, desde muito pequenas, percebam como o dinheiro entra no núcleo família, que saibam que é por meio do trabalho. É importante que aprendam de que forma (o dinheiro) deve ser utilizado e que sejam levadas a fazer o consumo de forma consciente”, finaliza Vládia Lopes.

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