A internet é uma ferramenta que chegou para revolucionar as mais diversas áreas. Quem quer, consegue se atualizar sobre as notícias do mundo, ver filmes, ler livros e até fazer uma graduação inteira on-line. A revolução digital é real. No entanto, ninguém imaginava que o fator “produção de conteúdo” fosse o catalisador de uma das maiores mudanças em relação ao nosso consumo de informação.

Antes da world wide web, os detentores do poder midiático eram as grandes corporações (a plim plim, por exemplo). Porém, com um computador ou um celular nas mãos da população, o acesso à criação própria, sem estar pautada em um agendamento cultural focado unicamente em lucro, começou a acontecer. Absolutamente tudo virou pauta e todos estão a um clique de uma gama gigantesca de assuntos.

Inclusive… relacionamentos!

Relacionar-se com pessoas é o que move o mundo. O Facebook, por exemplo, está aí para provar que um modelo de negócios baseado em conexões (aparentemente) reais funciona. Twitter, WhatsApp e, agora, o TikTok, mostram que o ser humano, apesar de cada vez mais fisicamente distante dos outros, requer atenção 24h por dia. Likes, comentários, curtidas, tudo cura uma carência generalizada que assola a população.

Isso tudo sem mencionar os aplicativos feitos exclusivamente para namoros. O Tinder e o Happn que o digam!

Como tudo isso se relaciona com a produção de conteúdo? Você se “autoproduz”. É sempre a melhor foto, editada no app top de linha, o ângulo que mais favorece e um texto impecável. Como diria o ditado que viralizou no digital: “o golpe tá aí, cai quem quer”. Claro, existe quem seja mais honesto. Inúmeros casamentos começaram com cliques românticos. Porém, também existem os vilões. Pessoas tóxicas que buscam apenas sugar o máximo que puderem de outros. Inclusive o dinheiro.

Em 2022, a Netflix produziu um documentário excelente sobre o assunto, dando foco em um dos maiores vigaristas do momento, chamado O Golpista do Tinder. Produzido por Felicity Morris, a obra mostra como um vigarista ganhou fama e notoriedade após enganar inúmeras mulheres - e como suas vítimas conseguiram se unir para derrubá-lo.

Tais casos não acontecem só nas telinhas e nem só com gente rica. Talvez você esteja em um relacionamento abusivo e não perceba…

Uma relação sem equilíbrio e sinceridade pode destruir o seu psicológico e até o seu financeiro. Uma relação abusiva é bem difícil de ser detectada, especialmente por quem está vivendo a situação. No início, romance eterno, juras de amor sólidas e muito cuidado. Um grande disfarce para o que vem em seguida. Uma vez fisgada por completo, a vítima acredita estar com alguém perfeito e começa a fechar os olhos, de forma inconsciente, para todos os atos da pessoa amada.

No pacote, ainda há ciúmes disfarçados de afeto, desconfiança por todo e qualquer motivo, controle de todos os aspectos da vida da pessoa envolvida e, em vários casos, violência psicológica e física. O que muita gente não fala é que a pessoa tóxica da relação quer ter o poder até sobre a vida financeira da pessoa abusada. E aí os problemas ficam cada vez mais sérios.

Elencamos alguns sinais claros de abuso financeiro em uma relação abusiva. Esperamos que nenhum aconteça com você, mas é sempre bom prestar atenção redobrada:

1) Controle de salário

Você trabalha duro para conquistar sua receita, mas a pessoa abusadora tenta controlar esta renda de todas as formas. Inicialmente, apresentando soluções que parecem vantajosas, como, por exemplo, "deixa que eu guardo em um local para fazer o dinheiro render". A questão é: quem garante que esse dinheiro vai retornar para você?

2) "Me empresta só por hoje?"

Além de controlar o dinheiro, a pessoa abusadora também começa a pedir emprestado quantias que podem começar baixas, mas aumentam com o tempo. As desculpas são inúmeras e você, por confiar e amar, acaba caindo e, pior, colocando-se em situações complicadas, como empréstimos, agiotas, etc.

3) Cartões de crédito

A história da pessoa abusadora é tão bonita que até os seus cartões de créditos já não são mais controlados por você. Além do salário e dos empréstimos, é comum, nesses casos, criar-se uma bola de neve gigantescas de faturas sobre faturas, juros sobre juros, até não ser possível pagar tão facilmente.

4) "Não pode mais pedir ao banco? Peça aos amigos!"

A pessoa abusadora vai acompanhar a sua derrota financeira de perto e, quando não houver mais nenhum CNPJ para pedir empréstimos, o fluxo natural será pedir aos amigos e familiares. Depois de tantas dívidas, você poderá se sentir no ápice da humilhação e, talvez, começar a evitar os credores. É isso que a pessoa tóxica quer, o isolamento social, mas controlando seu dinheiro.

5) Sem dinheiro total? A pessoa some

Quando você já não tem mais de onde tirar, é muito provável que o abusador suma e você nunca mais tenha notícias. É assim que eles fazem suas vítimas, de forma sorrateira e muito engenhosa.

É importante lembrar que você não está sozinho(a)! Procure ajuda, converse com alguém. Identificou que está preso(a) em uma relação? Organize-se para começar a sair.

A sua paz e a sua segurança são os bens mais valiosos do mundo!