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Viver o hoje ou poupar para o futuro: como equilibrar esta equação?

8 de setembro de 2020

Viver o hoje ou poupar para o futuro: como equilibrar esta equação?

8 de setembro de 2020
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Viver o hoje ou poupar para o futuro: como equilibrar esta equação?

7/9/2020

Por Denise Marçal

Planejar o futuro financeiro ou aproveitar a vida hoje? O dilema que dosa as decisões sobre o que fazer com o dinheiro se evidencia neste momento de pandemia e recessão econômica. Afinal, vale mais viver os prazeres de hoje, já que o amanhã é incerto, ou manter o controle das finanças para situações de emergência?

Um estudo feito pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e divulgado em julho deste ano, no Relatório Brasil da Pesquisa de Aposentadoria, trouxe dados que mostram quais são as prioridade dos brasileiros. Para a maioria (65%) estar saudável e em forma está no topo da lista das prioridades atuais da vida, seguido por planejar o futuro financeiro (62%) e aproveitar a vida (60%). Em contrapartida, apenas pouco mais de um terço (34%) das pessoas no Brasil são poupadores habituais – muito menos do que a média mundial de 39%.

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Marcus Lima, mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC)[/caption]

“Esse dilema de poupar dinheiro e economizar ou aproveitar o presente para usufruir das suas finanças é comum na vida de muita gente, porém, você não precisa escolher apenas um caminho, pois, quando o assunto é o seu dinheiro, é perfeitamente possível viver bem e poupar para o futuro”, analisa o professor universitário Marcus Lima, mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Para fechar essa equação, planejamento é a palavra de ordem, segundo especialistas em finanças. É planejando que se mantém preparado para cenários mais turbulentos e se chega a uma aposentadoria tranquila no futuro. "É preciso que as pessoas planejem suas finanças de forma a viabilizar um padrão de vida sustentável até a aposentadoria", afirma a economista Kayline Moreira, mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). “Quero dizer que, independente de quanto dinheiro ganhamos, todos precisamos fazer basicamente duas coisas: adequar nossos padrões de consumo à nossa restrição orçamentária, isto é, nunca gastar mais do que ganhamos, e poupar o máximo que pudermos”, ensina a consultora.

Ou seja, é equilibrando as decisões financeiras no presente a forma mais sensata de lidar com as duas maiores preocupações relacionadas a aposentadoria: falta de dinheiro e declínio da saúde física. De acordo o Relatório Brasil da Pesquisa de Aposentadoria, o declínio da saúde física (50%) e a falta de dinheiro (50%) são os cenários que mais preocupam os futuros aposentados. E ainda segundo o estudo, as pessoas no Brasil têm muito mais probabilidade de ficarem preocupadas com a falta de dinheiro do que no resto do mundo, onde apenas 40% relatam o mesmo.

Desejos x preocupações

Para conciliar os desejos do presente com as aspirações e preocupações do futuro é preciso uma mudança de mentalidade, defende a economista Kayline Moreira. “A primeira dica é que as pessoas busquem um estilo de vida mais simples e menos consumista, de forma que não precisem baixar o padrão de vida quando se aposentarem”, ensina a professora universitária.

Seguindo o mesmo raciocínio, Marcus Lima observa que não é sobre quanto se ganha, mas como se gasta. “Não importa quanto dinheiro você ganhe, pois é o seu estilo de vida, seus valores, que vão te proporcionar momentos felizes ou não. Pessoas com renda baixa podem ter muitos momentos felizes e pessoas com muito dinheiro podem não ter felicidades, isso é questão de valores da vida”, destaca o consultor.

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Kayline Moreira, mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)[/caption]

A segunda dica é manter a constância no hábito de poupar. “É interessante criar no seu caderninho, planilha ou aplicativo de controle financeiro o compromisso de poupar uma quantia fixa todos os meses, como se fosse um boleto que você deve para o seu ‘eu do futuro’”, argumenta Kayline Moreira. “É sempre importante lembrar que o futuro é uma ‘sequência de presentes’, portanto, lembre-se de que o seu ‘eu do futuro’ vai lhe agradecer muito a gentileza de ter se lembrado dele”, completa.

Começando o futuro hoje

Quem não tem o hábito de guardar dinheiro para investir no futuro pode perceber como dolorosa a restrição do consumo no presente. “Mas poupar deveria ser apenas mais um desses hábitos saudáveis que a gente faz mesmo sem gostar só por saber que é importante para nós. Precisamos compreender que sem colocar o ato de poupar, por mínima que seja essa poupança, em primeiro plano, não há tranquilidade financeira no futuro, uma vez que a tendência é ganhar menos dinheiro e gastar mais com a saúde na terceira idade”, ressalta Kayline Moreira.

O segredo é não dissociar o presente de um futuro distante. Afinal, são as decisões de hoje que construirão a realidade futura. “Um dia esse novo presente estará diante de cada um de nós e quando esse dia chegar você vai desejar ter começado sua poupança e controle financeiro hoje. Ninguém precisa abrir mão de ser feliz e aproveitar a vida agora, mas talvez nós precisemos descobrir felicidade nas coisas simples da vida e não apenas no consumo de coisas que muitas vezes não precisamos. Que cada um de nós possa perceber valor na riqueza da vida simples, no consumo consciente e que tenhamos a certeza de que um futuro tranquilo aguarda aqueles que fazem boas escolhas no presente”, finaliza a economista.

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