Plano BD supera meta de rentabilidade em 2022; confira os reajustes
15/1/2023
No final de 2021, já se projetava que o ano seguinte seria de alta volatilidade para o mercado financeiro nacional, uma vez que historicamente anos de eleições presidenciais tem-se essa característica e somava-se ainda a esse fator as consequências da Pandemia do COVID-19.
O que não se esperava em 2022 foi a piora generalizada no cenário internacional. A percepção de uma atividade econômica global fraca, inflação elevada no mundo e prolongamento do conflito entre Rússia e Ucrânia foram fatores que impactaram negativamente os mercados no mundo todo.
Internamente, incertezas políticas oriundas de uma acirrada campanha eleitoral e risco fiscal foram alguns dos fatores que chamaram a atenção dos agentes do mercado financeiro.
Ainda diante desse contexto desafiador, o Plano BD voltou a superar sua meta atuarial e proporcionará, em 2023, um reajuste de 100% do INPC para os seus Participantes. Já o Plano CV I teve sua meta comprometida, por se tratar de um plano cuja carteira de ativos tem maior nível de exposição ao risco e cujos títulos de renda fixa, majoritariamente, sofrem os efeitos da flutuação das taxas de juros – marcação a mercado.
PLANO BD
O Plano BD acumulou, em 2022, um retorno de 11,54%, equivalente a 102,8% da meta atuarial, de 11,23%.
Por ter superado a meta, o reajuste dos benefícios do Plano em 2023 será, conforme prevê o regulamento, equivalente a 100% do INPC acumulado no ano anterior: 5,93%.
Além de manter o poder de compra dos Participantes do Plano, a superação da meta de rentabilidade, mesmo em um cenário particularmente desafiador, possibilitou a manutenção da taxa de contribuição em 19,20%, menor nível desde 1986.
Ressalvamos que os reajustes dos benefícios daqueles que se encontram vinculados a outros normativos, seja porque não aderiram ao Regulamento de 2003, seja por força de decisão judicial, observarão as suas respectivas particularidades.
PLANO CV I
Com relação ao Plano CV I, a rentabilidade em 2022 foi de 6,55%, contra uma meta atuarial de 11,07%.
Com isso, o reajuste dos valores dos benefícios será o seguinte:
Fase de Renda Certa a Prazo Certo
Pagos nos primeiros 22 anos de aposentadoria programada, os benefícios de renda certa a prazo certo são reajustados em função da variação da cota no período desde a data da aposentadoria.
Para quem se aposentou de janeiro de 2020 a janeiro de 2022, quando a taxa de juros atuarial praticada no momento da concessão era de 5,00% a.a., o reajuste será de 1,47%. Para quem se aposentou nos demais meses de 2022, o reajuste será proporcional ao período em que se inicia o pagamento do benefício.
Quem teve benefício concedido entre 2018 e 2019, cuja taxa de juros atuarial adotada na concessão era de 5,25%, o reajuste será de 1,22%.
Para os benefícios concedidos até 2017, cuja taxa de juros atuarial adotada na concessão era de 5,50%, o reajuste será de 0,99%.
Fase de Renda Vitalícia
Para os benefícios vitalícios concedidos com data anterior ao ano de 2022, o índice de reajuste é calculado com base na rentabilidade do plano no ano corrente, descontada da taxa de juros atuarial, não podendo ser superior ao IPCA acumulado, nem inferior a 30% deste índice.
Diante dos resultados obtidos, o reajuste será de 1,74%.
Para os benefícios vitalícios concedidos em 2022, o reajuste aplicado considera a regra acima, equivalente ao período em que se inicia o pagamento do benefício até o final do ano.
FIQUE POR DENTRO
Elencamos algumas das dúvidas mais comuns entre nossos Participantes e trouxemos as respostas do gerente de Investimentos Marcelo D’Agostino. Confira!
Por que conseguimos superar a meta no Plano BD e no CV I não?
O Plano BD é um plano previdenciário maduro. A legislação permite que os títulos públicos federais de longo prazo sejam precificados pela taxa de juros da data de aquisição – marcados na curva, portanto não sofrem os impactos na volatilidade da taxa de juros, ademais, a alocação dos investimentos é menor em ativos de risco, os quais sofreram bastante no último ano.
Já o Plano CV I, por outro lado, por força da norma em vigor, obrigatoriamente reconhece o valor destes títulos pelo valor de mercado diariamente, assim quando os juros se elevam, os títulos se desvalorizam, situação que ocorreu na maior parte do ano de 2022. Outro aspecto é que o plano tem mais ativos alocados em segmentos de risco (renda variável, fundos imobiliários e investimentos no exterior), os quais obtiveram resultados negativos devido a inúmeros fatores que impactaram negativamente os mercados.
Quais as expectativas para o mercado financeiro em 2023?
O cenário projetado para 2023 é ainda de muita volatilidade, tanto no mercado local como no exterior. Já iniciamos o ano com uma demonstração disso. No cenário local, temos um novo governo, uma nova equipe econômica e não sabemos ainda como será a condução dos trabalhos, das reformas e principalmente as contas fiscais. Toda essa indefinição gera uma preocupação para os investidores.
No entanto, a Capef adotou uma estratégia mais conservadora, conforme apresentado no último Seminário de Investimentos, para enfrentar este novo período, diminuindo sobremaneira os investimentos de risco e aumentando aqueles que sofrem menos com a volatilidade, no sentido de buscar o alcance da meta atuarial dos dois Planos.
Com esse cenário, quais as estratégias da Capef para recuperar os resultados do Plano CV I este ano?
Estamos adotando a estratégia de diminuição de risco, aumentando a composição da carteira em aplicações mais conservadoras e de menor volatilidade. Com o nível elevado da taxa Selic atual, os ativos de renda fixa estão com rentabilidade superior à nossa meta, então o nosso movimento é de aproveitar esse momento e migrar recursos para esse segmento, algo que já vínhamos fazendo desde o último trimestre de 2022. Com isso, ficaremos mais confortáveis em buscar oportunidades que possam surgir no segmento de renda variável, com ativos descontados em momentos de alta volatilidade. Ou seja, ao longo do ano de 2023 teremos várias oportunidades para voltar a alocar em ativos de risco, mas atualmente não vemos que os ativos estejam com preços atrativos.