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Qual a estratégia para unir qualidade de vida no presente e planejamento do futuro?

Qual a estratégia para unir qualidade de vida no presente e planejamento do futuro?

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Qual a estratégia para unir qualidade de vida no presente e planejamento do futuro?

30/11/2018

Confira a entrevista com Gustavo Cerbasi

É possível se preparar para uma aposentadoria tranquila, sem deixar de desfrutar os prazeres da vida?

Eu não diria que é possível, mas sim necessário. Quando a pessoa se propõe a trocar o presente pelo futuro, realizando sacrifícios, diminuindo o lazer, ela consegue equilibrar as contas e se organizar, fazendo parecer que tudo vai funcionar perfeitamente. Só que no momento em que ela corta os gastos mais fáceis que têm para cortar, vai achar que lazer é supérfluo, que não precisa mais cuidar do cabelo, caprichar no presente, que se cuidar era necessário só nos tempos de namoro e não no casamento etc. Isso gera um processo de desconstrução que, primeiro, é depressivo e frustrante. Segundo, isso é uma agressão ao cérebro. Nós temos um lado emocional no cérebro que tende a reagir contra isso. A pessoa que cuida menos do seu bem-estar, que tem menos qualidade de vida, vai ser uma pessoa mais ansiosa, ter o sono prejudicado, ter menos atenção e mais imprevistos na vida.

E qual seria uma alternativa para equilibrar o orçamento?

O interessante é simplificar os grandes gastos, principalmente os fixos. Ao invés de um apartamento de 200 mil, por exemplo, compre um de R$ 150 mil, ou no lugar de adquirir um carro de R$ 40 mil, compre um de R$ 30 mil. Certamente vai abrir mão de conforto e qualidades que esses bens mais caros têm, só que compensará essa menor comodidade com uma maior variedade de consumo, lazer e qualidade de vida, para que esse processo de se gastar menos do que se ganha não seja visto como sofrimento e privação, mas sim como algo sustentável.

Com relação ao planejamento para a fase pós-laboral, qual estratégia de investimentos você indica?

O INSS é praticamente obrigatório. Mesmo que seja pouco eficiente em termos de rentabilidade, ele traz um seguro social importante. É a proteção no desemprego, na gestação, invalidez. A previdência complementar é outro bem necessário. Tem o papel da previsibilidade. Eu sento com o especialista, avalio minha situação presente que quero no futuro, refaço algumas contas ano a ano e tenho uma boa noção do que eu vou ter lá na frente. Então são dois elementos fundamentais para a construção de uma aposentadoria saudável. Em complemento a isso, é importante que a pessoa tenha ainda uma carteira de investimentos mista, que deve envolver os recursos majoritariamente na renda fixa e alguns investimentos na renda variável. Vou usar a renda fixa para comprar produtos de renda variável que estiverem baratos e me desfazer depois, realizando lucro. É assim que os investidores mais consistentes trabalham. E assim a minha carteira dever funcionar.

Você considera serem privilegiadas pessoas que têm a oportunidade de ingressar em um plano de previdência complementar fechado patrocinado pela empresa?

As pessoas que têm acesso a esses produtos são privilegiadas no bom sentido. Quanto mais jovem for a pessoa, mais forte a recomendação para que comece a investir na previdência complementar. Os produtos dos fundos de pensão têm um desempenho que jamais será encontrado em produtos financeiros tradicionais. Mesmo que a pessoa tenha dúvidas se permanecerá na empresa, o desempenho desse tipo de produto é interessante a ponto de valer a pena investir, ainda que ela tenha que esperar para receber só na aposentadoria.

Até porque encontrar no mercado investimento seguro com 100% de rentabilidade (devido à contrapartida do patrocinador) é uma tarefa complicada, concorda?

É factível para o investidor qualificado. Aquele que coloca volumes muito grandes e que abre mão da liquidez desses recursos por um prazo razoável. Mas para você ter acesso a esse desempenho com volumes pequenos, aplicações de R$ 200, R$ 300, por exemplo, só através de uma aplicação conjunta, com patrocínio de alguma instituição.

Para finalizar, qual mensagem você deixaria para os funcionários do Banco do Nordeste que ainda não ingressaram no plano de previdência complementar fechado?

A minha recomendação é que não percam tempo e ingressem no plano. Para outros tipos de investimento, a gente recomenda que aprendam um pouco mais antes de entrar. Mas nesse caso, normalmente as cartilhas que são oferecidas pelo Departamento Pessoal são suficientemente detalhadas para que a pessoa entenda. Porém, é certo que a adesão ao plano é uma estratégia das mais seguras para garantir um futuro melhor. É suficiente? Não. Não é suficiente. Mas é uma ação importante, dentro de uma estratégia mais complexa que todo mundo deveria adotar para sua vida.

Gustavo Cerbasi é um dos maiores educadores financeiros do País e autor de best-sellers como Casais Inteligentes enriquecem Juntos, Dez Bons Conselhos do Meu Pai e Os Segredos dos Casais Inteligentes.

Essa entrevista foi concedida à Capef em 2014 (leia na íntegra). https://www.capef.com.br/site/noticias/preparacao-para-o-futuro-nao-combina-com-sacrificios/

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